Aquela preguiça, aquela nostalgia. O querer lembrar, relutar, saber o quanto faz mal. Dizer aos outros como agir, toda certa de si e pecar. Querer fugir, mas de si. Sair de dentro, entrar em outra. Dizer estar bem e não ter certeza, se está, se quer estar, se importa.
Passou um vento forte, quase um temporal. Só pra você, pra mais ninguém. Como se carregasse sua nuvem particular, escura e pesada. Carregada de medo e passado. Molhando velhas cicatrizes que talvez nunca irão fechar. Nem com o tempo, porque você não quer. Você não deixa. Sente obrigação, ou qualquer que seja o motivo, de ficar cultivando tanta mágoa. Se culpando pelo que evidentemente não tem culpa. Se ferindo com o que nem lembra mais da sua existência.
Como se tivesse medo que a ausência de amor, mesmo que só seu, sem correspondência alguma, doesse mais do que manter contanto com o que já acabou. Com isso perde-se tempo. Perde-se proposta. Perde-se amores. O amor próprio inclusive. Aquele que deveria te fazer seguir e não te prender. É mais fácil dizer que nada vai mudar, que não dá conta, do que tentar, encarar. Partir pra outra parece longe, parece utópico. É possível, mas não parece plausível, palpável. É preguiça de erguer o queixo, estufar o peito. É desgosto. É insegurança. É um turbilhão de sentimentos que não condizem mais com o que você passa, com o que você tem, com o que você merece.
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