Aí ele foi embora. Subiu a rua e ela o observou até que virasse a esquina, como sempre fazia. Só que com uma diferença, daquela vez ele não voltaria mais. Podia ser um dia cinzendo e chuvoso, pra deixar aquela cena ainda mais dramática, mas não, era um dia ensolarado, quente e lindo.
Ali parada estática ficou até que redobrasse a consciência de que havia tudo acabado. Será que era hora de perguntar o porque? Andou lentamente pela rua, nem se preocupando com o que fazia antes que ele chegasse e levasse com ele todo o amor. Dizia ele que mesmo a amando, a relação não se sustentaria. Que o que sentiam não era mais suficiente. Mas o que seria sufciente então?! Ela então, enquanto caminhava, deixava a lembrança livre pra pensamentos nostálgicos. A cena de quando se conheceram não estava lá, mas a do primeiro beijo não se apagará nunca. O dia em que ele disse 'eu te amo', era a cena mais viva na memória. Ela se lembrava até do sol que entrava pela janela e iluminava o que achava mais bonito e sincero nele: o sorriso. Assim não entendia o porque do fim. Só mais tarde entenderia. Entederia a razão, que a culpa era sua. Não há amor que se sutentasse em meio a tantos conflitos, tanta desconfiança. Ela então caminhou... e deixou que lágrimas escorressem de seu rosto. Caminhava olhando pra frente mas não enxergando nada além de seus pensamentos. Nem sabe se pessoas a olhavam. Caminhou como se aquilo a libertasse. Até que percebeu a distância que havia tomado. A caminhada de volta foi ainda mais lenta, como se ela nunca mais quisesse voltar pro lugar que sempre foi dos dois. Naquele dia mais tarde, não dormiu, não comeu, também não chorou. Parece que esperava que ele fosse voltar atrás, mas não aconteceu. Ela sabia muito bem que poderia sim amar outra pessoas se quisesse. O que ela só saberia mais tarde é que aquilo seria muito difícil...
Nenhum comentário:
Postar um comentário