terça-feira, 20 de novembro de 2012

O verdadeiro Palmeirense


“E o Palmeiras”... “Foda em”...  “Eu já sabia”... “Com um presidente desses também...”... “Mas também o time é uma porcaria”... “Tudo culpa do Felipão”... “Se o Valdivia tivesse chamado a responsabilidade”...
Essas e tantas outras falácias são e serão repetidas ainda por muito tempo no cotidiano de todo palmeirense, justificativas, declarações de raiva, questionamentos, torcedores adversários que acham que brincadeirinhas infantis de internet vão nos influenciar de alguma maneira.
Agora você, verdadeiro torcedor palmeirense, me responda uma simples pergunta:
Existe alguma coisa que possam falar para você, ou mostrar pra você que irá te fazer mudar de opinião, mudar seu estilo de vida, mudar sua personalidade e caráter? Alguma verdade absoluta que assim que demonstrada te fará ignorar todo seu passado?
Resumidamente. Você deixaria de torcer pelo Palmeiras, pelo NOSSO Palmeiras, por causa de um campeonato ruim? Pois eu não, todos temos nossas fases, seja você ou seu time de futebol, o que nos difere é o modo como enfrentamos tais desafios. E pelo que me lembro bem, o MEU PARMERA já me mostrou como se supera tal obstáculo.
Nós, verdadeiros torcedores, verdadeiros pois não me refiro àqueles que se orgulham apenas de vitórias, apenas de momentos. Não abaixaremos a cabeça, um time com tanta glória jamais irá se apequenar, desde que sua incrível torcida não se esqueça de suas dimensões gigantescas.
Chegou o momento do apoio total, para mostrar para todo o país o que é torcer de verdade por um time! Amanhã estarei vestindo meu manto e você?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Gaiola invisível



Existem aqueles dias estranhos em que sua mãe está sentindo dores, é levada para um hospital e então... Você nasce! Pensando bem, é estranho pra caramba! Claro que tem todo aquele papo de sobrevivência da espécie, procriação, “deslize”, enfim, se você pode ler esse texto é porque nasceu e entende perfeitamente o momento que estou retratando, ou pelo menos imagina ele. Todos sabemos que a partir do nascimento as variáveis são intermináveis, você pode morrer em 5 segundos, ou em mais de 100 anos, isso só o tempo dirá, mas uma coisa é certa, durante sua vida você se deparará com escolhes fáceis e difíceis, sobre os mais variados assuntos. A isso o ser humano deu o nome de liberdade, ou foi deus que deu o nome de livre arbítrio (essa resposta só descobriremos depois da morte, pelo menos por enquanto).
A grande maioria das guerras foi motivado pela tal da liberdade, seja a liberdade da ganância de um tirano, que desejava ser o rei do mundo, ou a liberdade de escolha de uma população, que desejava mais liberdade, enfim, não preciso citar exemplos de guerras não é?
O fato é, ninguém pede para nascer, não existe essa comunicação, “ovulo>>mulher” ou “espermatozóide>>homem”. Nossos pais se beneficiam do direito de serem livres e transaram (de uma forma ou de outra), e nove meses (ou um pouco menos) depois, chegamos ao mesmo mundo que eles, e aprendemos a viver. Aprendemos ou somos obrigados?
O ponto que quero discutir é: O grande motivador de discussões, a razão para trilhões de assassinatos e atentados horrendos, a tal da liberdade, nos é negada antes mesmo de nosso nascimento, por que então teríamos direito incondicional a ela? Quando nascemos somos obrigados a adotar uma língua padrão, obrigados a nos vestir como nossa “sociedade” achar melhor, e a adotar o regime político vigente no país, e se fizermos o contrario somos chamados de rebeldes ou de anti-patrióticos, também temos obrigação de seguir um código de leis que não concordamos, ou que pelo menos não fomos consultados antes da criação.
Se eu sou livre, também tenho o direito de escolher, pela mina consciência e convicção o que é certo e o que é errado, posso escolher um dia e declará-lo como feriado pessoal, e fazer o que quiser nele. Tenho o direito de ser dono de meu próprio país e nele criar as leis que quiser, ou negar todas as leis já existentes. Mas ai você diz, “se todos tivessem liberdade para fazer qualquer coisa o mundo seria um caos”, e eu não discordo. O que me incomoda é o emprego dessa palavra tão forte em situações que não condizem com seu significado. Nós vivemos em regime de liberdade assistida, ou condicional, podemos fazer QUASE tudo, desde que respeitando as regras de onde você vive. Não temos liberdade, e sim um acordo estabelecido antes mesmo do nascimento, que te obriga viver de maneira que facilite o máximo a sobrevivência de nossa espécie.
Agora uma ultima pergunta, segundo a bíblia nos foi concedido o livre arbítrio, ou seja, a liberdade genuína, fazer o que quiser, quando quiser e onde quiser. Então os primeiros homens viram que liberdade total era uma coisa complicada e criaram regras para organizar a sociedade. Tais regras punem transgressores, e limitam atitudes agressivas a convivência humana, legal, lógico e coerente, aceito completamente as leis humanas e sua finalidade. Mas se deus nos deu a liberdade total de agir, com que razão ele poderia nos punir se agirmos “mal”? E a mesma coisa que se eu der comida a um cachorro e depois espancá-lo por comer, ou de soltar um pássaro em um campo aberto e matá-lo assim que ele tentasse voar. Não sou um estudioso religioso, não sei como todas as religiões se comportam quando o assunto é liberdade, mas cresci em uma família católica, e eu acho os ensinamentos dessa religião um tanto quanto incoerentes e contraditórios, ainda mais quando se é obrigado a seguir as escolhas de seus antepassados.

domingo, 12 de agosto de 2012

A princesinha



Era uma vez eu, ai você pergunta: “eu”? Que “eu” é esse? É simples, apesar de a história se basear em meu ponto de vista, minha participação não é tão importante, pelo menos não tanto quanto a dela...
Sempre vou me lembrar da primeira vez em que a vi, linda, radiante. Ela é a princesinha mais pequenininha do mundo, e eu não conseguia tirá-la de minha cabeça, até que um dia esse mero plebeu aqui, tomou muita coragem e lhe enviou uma carta que, para minha surpresa e alegria, ela não só respondeu como também correspondeu. E desde então não conseguimos nos desgrudar, e eu adoro isso.
Mas minha princesinha pequenininha tem um problema, igual toda princesa tem, ela eventualmente se esquece do quanto eu a amo. Mas veja bem, não estou reclamando, chega a ser divertido (as vezes) ter que conquistá-la todos os dias, e o melhor da história é que sempre acabo descobrindo um novo motivo para amá-la cada vez mais.
Seu senso de humor, que fica mais evidente a cada dia que passamos juntos, sua carinha de brava quando faço ou falo alguma bobeira. Sua timidez, que acredite ou não, ela ainda tem muita. Seus pequenos trejeitos, seja ao arrumar os cabelos, ou ao sorrir, tem um jeitinho especial até de me bater, e não tiro a razão dela, afinal de contas eu falo e faço muita bobeira mesmo. Mas convenhamos, ela é muito bravinha, além de muito complicadinha, mas eu adoro isso nela.
Então minha princesinha pequenininha lembre-se hoje, mais uma vez, que você é a pessoa mais importante do meu dia, e a que mais me faz falta na noite. Eu te amo demais, e com tanta certeza que não vejo problema em ter que te provar isso todos os dias.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Atemporal

Parecia que era um dom, se é que podemos chamar isso de dom, mas ela só se interessava por gente errada. Sempre. Seus amigos eram sempre os mais baderneiros. Os caras por quem se deixava envolver eram sempre cafajestes, muitas vezes até comprometidos. Ela não fazia por mal. Quando dava por si, estava magoando alguém ou sendo, na maioria das vezes, magoada.
Não se deixava a abater por muita coisa. Nunca estendia um sofrimento. Não tinha planos, muito menos sonhos. Uma vez quando pequena, encasquetou que queria ser professora. Ouvia as críticas clássicas, mas dizia sempre pra dentro 'Eu faço o que eu quiser'. Hoje, quando se pega pensando nisso, ri. Talvez fosse essa uma das últimas profissões que escolheria. Não tinha aptidão pra ensinar. Mal tinha pra aprender. 
É muito impaciente, se não está conseguindo entender algo, logo se irrita, acha que nunca vai conseguir. Desiste. Mas depois de um certo tempo acaba voltando atrás e, com calma, que vem ás vezes e não se sabe de onde, termina.
Nunca entendeu como funciona essa coisa de amor. Acha que não se pode amar duas vezes. É uma vez, que é pra sempre, ou uma chance que você desperdiçou. Mas nem por isso parecia que tinha desistido de ser feliz. Talvez porque acreditasse que uma coisa não tinha nada a ver com a outra - Ah o amor, o amor é uma flor roxa- e o resto sub-entende-se.
Acreditava em muitos valores, alguns os quais, ás vezes se esvaíssem de sua essência. Mas ela sabia de onde tinha vindo, o que lhe faltava era saber para onde estava indo. 
Ficavam nela umas marcas, como se fossem tatuagens, irreversíveis, cada vez que passava por cima daquilo que achava certo. E sempre que 'pecava' era por diversão. Não sei se as marcas podem ser chamadas de arrependimento. Se arrepender parece algo de que se tem remissão. Mas, embora não se pudesse apagar, não ficava exposto, não precisaria conviver constantemente com aquilo. Como explicar? É assim: é tipo um truma, uma lembrança, que você tem, que nunca vai esquecer ou apagar, mas que no dia-a-dia ou no calor da rotina, não são lembrados, ou vem a tona. Mas nada de escandaloso havia acontecido. Antes eram 'coisas de criança' agora são 'coisas da idade'. Parece fácil, mas vai chegar uma idade em que isso vai perder o sentido. E por falar em rotina, como adorava as rotinas. Odiava ouvir que 'navegar é preciso senão, a rotina te cansa', nada lhe pareceria cansar mais do que o 'navegar'. Como tinha preguiça de mudanças. E não era medo não, era preguiça mesmo. Se pudesse, ficava sentada em uma outra dimensão vendo a repetição dos seus dias-após-dias acontecer. Sem tirar nem por. Ela era normal, com um 'quê' de gente louca. Que as vezes falava mais alto que o de costume. Que as vezes tratava as pessoas sem um pingo de sentimento. Coisa de gente que sabe sempre com quem está lidando. E que quando se decepciona, acaba consquentemente se decepcionando consigo mesma, por ter estado errada. Cobra-se sempre, mas tão em vão que parece uma piada. 
Aliás, seu grande forte é usar sempre uma piada quando é preciso falar sério. Há quem se irrite, quem talvez não mereça conviver com ela. Há quem sorria desista então de se enfurecer com essa menina.


Um monte de merda

Desculpe, mas é muita ignorância minha, essa coisa de guardar rancor?
Eu não estava pensando nisso, me veio esporádicamente essa idéia, de refletir sobre as coisas que eu guardo, uma vez que geralmente deixo tudo exposto. Acho que veio de um fio de pensamentos. Uma coisa que vem, não sei se me atormentando, mas me apetecendo a pensar. A idade, a pouca mas, muita idade. Parece que estou doente, sem vontade pra nada. Sem grandes gargalhadas. No máximo, animo um suco, alguns amigos. Por que parece que finalmente cheguei naquela fase de 'os de verdade sei quem são'. Na boa que pensamente clichê e idiota. Mas é mais ou menos isso. Não tem espaço pra mais ninguém chegar, mas sempre tem como sair.
Não é nada depressivo, triste ou até mesmo transitório. Não é nada disso. É até um comodismo. Gosto muito de muita gente e muita coisa. Desgosto de muita coisa e de muita gente. E por aí vai.
Ai fica aquela sensação de que acabou a palhaçada de ficar escolhendo as pessoas a dedo, ficar vivendo com elas conflitos, palpitando, se entendendo. Não, não dá mais tempo pra isso. Ja houve muito tempo. Não estou preocupada com seu estilo de vida, se você vai a feira sem me chamar, se vc quebra a nossa rotina.
E assim ta leve, ta maduro, tá tranquilo. Exceto o perdão. Não que alguém tivesse me pedido, mas deveria. E eu não sou aquele tipo de pessoa que diz: - Quem sou eu pra perdoar?
Na boa, se fui uma pessoa que sofreu algum tipo de situação que mereça, quero mais é que o outro se desculpe mesmo.
Parece que estou presa em algo assim. E embora me incomode, eu não vou me mover.
Dizem que o tempo é a razão, o senhor e blablablá, mas se cura feridas, talvez resolva tudo. Ou talvez me leve embora pra longe de problemas que eu não consiga resolver.
O que facilita um pouco as coisas é examinar as pessoas e tratá-las como são.
Cada coisa já tomou seu lugar. 



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Diário de bordo da nave sem nome


Fui pego de surpresa, por um movimento rápido do inimigo, e agora me encontro aprisionado nesse estranho cubículo que me arremete aos áureos tempos em que o planeta Terra ainda existia, esse complexo armado por meus rivais é de tal grandiosidade que todos os aspectos físicos do ambiente terrestre foram implantados, não consigo ver razão em tal construção, ainda mais para que um prisioneiro desfrute de tamanha nostalgia.
 Ouço o som de crianças correndo na rua da frente, o vento na janela o qual eu também sinto em minha pele, a temperatura do ambiente também varia de acordo com o horário, pois meus captores também me disponibilizaram um relógio antiquado no lugar que representa a cozinha, a variação de luz também é notável, apesar de esse ser meu primeiro dia, então não posso ter certezas sobre o que a “noite” me reserva.
Apesar de minhas buscas incansáveis por uma saída, não obtive êxito, agora tento me distrair com um amontoado de livros, veja bem, livros com folhas e tintas, e não aqueles digitalizados e holográficos, livros palpáveis os quais foram muito bem conservados, obras raríssimas. Ainda não consigo me decidir se isso tudo é um prêmio ou um castigo. Comida não me foi negada, e a peculiaridade é que esta também arremete a minha infância na terra, hoje fui agraciado pelo sabor de uma lasanha. Você consegue imaginar a magnitude desse sabor após décadas de abstinência? Bebi refrigerante, armazenado em um garrafa pet! Pode parecer piada, mas até da garrafa eu sentia falta, nesse ambiente inóspito ao qual a humanidade ainda aprende a sobreviver nos nega muitos dos pequenos sabores da vida, o plástico foi banido.. enfim, todos sabemos o que aconteceu.
As vezes ouço barulhos, esses não são humanos, barulhos de animais passando sobre o telhado de minha imitação de residência. O insano é que até acho que o barulho é causado por um animal real, vivo! Mas isso seria impossível, afinal de contas salvamos apenas aqueles que poderiam nos trazer algum benefício, e gatos não faziam parte desse grupo.
Se algum dia esse texto for lido por outro humano, não me julgue, não me calunie, toda essa experiência “terrestre” é muito intensa para alguém de minha idade, e é impossível não devanear sobre minha infância perdida, naquele planeta perdido. Sinto que a hora de algum acontecimento grandioso está chegando, então irei parar por aqui, se eu sobreviver a mais um dia nesse cativeiro, prometo que voltarei a escrever, caso contrario, se contentem com o adeus de um cativo que começa a perder a razão.

                                                              Capitão Roger Flitz

domingo, 17 de junho de 2012

Imposição de merda


Um desabafo sobre religião
10 anos atrás, ou mais, meu pai tinha um Chevete Jr, e um tio meu colocou um adesivo nele, com uma frase que eu jamais esqueci: “Toda unanimidade é burra”


Não é a frase mais marcante de uma vida, eu sei, mas tem muita verdade nessas 4 palavras, que história é essa de que todo mundo tem que pensar igual, gostar e acreditar nas mesmas coisas, agir de forma uniforme, falar e se vestir do mesmo jeito. Toda essa bagagem de conceitos nos é imposta desde o momento do nosso nascimento, e ninguém pode reclamar, opinar ou se mostrar contrário, que uma procissão de fanáticos logo vem te apedrejar.
Mas vamos falar de um assunto apenas, a maior imposição da história, a religião! PORRA!(esse assunto é o mais estressante de todos os tempos) É assim tão ilógico, anormal, bizarro ou vergonhoso não acreditar em uma divindade, em um ser superior? Porque eu não posso me expressar, não tenho liberdade pra tratar desse assunto em, praticamente lugar nenhum, me olham como se eu fosse uma aberração, se ofendem e discutem comigo, até parece que sou personificação do mal, mas porra! É apenas meu direito segundo as próprias leis “divinas”, de exercer meu livre arbítrio, de ter uma opinião que, certa ou errada, eu resolvi seguir.
Nunca vão me encontrar indignado com alguém por essa pessoa ter uma religião específica, porque diferente da maioria, apesar de achar que estou certo, eu jamais terei a ousadia de ter certeza, e muito menos querer convencer alguém de compartilhar de meus ideais duvidosos.
Imaginem agora a minha avó, uma criaturazinha linda, baixinha, gordinha, jeito de vó e opiniões de vó, uma das pessoas que eu mais amo na minha vida, e que eu devo grande parte da minha educação. Se você chegar na casa dela a tarde, por volta das 4 horas, ela estará sentada em frente a televisão vendo o padre “Robson”(não sei se esse é o nome do cara), parecendo um anjinho, rezando e fazendo não sei o que mais, todo dia, mesma coisa. Uma pessoa tão religiosa provavelmente deveria saber todos ensinamentos da “bíblia” ou de qualquer livro sagrado, mas se aparecer qualquer assunto sobre negros com ela presente, pode ter certeza de que ela vai estar se coçando para dar sua opinião, que com toda certeza, será racista. E onde entra o amor ao próximo ai?
O que quero dizer é que, não importa sua religião, ou seu comportamento perante seu ritual religioso, e sim suas ações durante toda sua vida, não é uma hora sentado, cantando ou gritando que vai te salvar dos seus erros e defeitos, e sim o modo como você lida com eles. O respeito a escolha alheia deveria ser universal mas não serei utópico em acreditar nisso, porque milagres... veja bem ... deixa pra lá.
Peço apenas respeito a minha escolha, o mesmo que tenho pela sua. Cansei de ocultar minhas opiniões por medo ou pudor de ofender aqueles que amo, pois se o sentimento for recíproco, eles vão me entender, mesmo não concordando comigo, e permanecerão ao meu lado, assim como eu faço com eles.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

trilhos

Viajava e olhava através do vidro. Era sua vida, um vagão de trem, sempre sentada, vendo as coisas passarem.   
Pessoas se sentavam ao seu lado, algumas por muito tempo, algumas desciam na próxima estação.
Chuva, sol.  Frio que pedia uma malha. O calor que abençoava com o sol. Imagens, crianças, corriam na grama, sorrisos brancos, largos. Choro, colo.
Cheiro, quanto perfume, jamais esqueceria. 
Sabores peculiares, alguns amargos. 
As pessoas caminhavam pelo corredor estreito, não queria se esbarrar, mas hora ou outra era inevitável. 
O ritmo acelerava quando a noite chegava. Dançava, exausta dormia, no ponto, em qualquer lugar.
E quando o sol nascia, estava tão longe. Não deixava pistas, não deixava rastros, deixava lembrança. Sentava de volta numa nova estação. Não pode parar. Se apega, mas deixa. Não se arrepende, sai antes de precisar se desculpar.
Não tem certeza de nada, mas pega o trem.  A paisagem é tão mais bonita pra quem quer admirar.
Perde, mas ganha tanto. 
Tem saudade de casa, até volta, mas visita.
Dos que passaram, por coincidência, alguns se encontram novamente.
Fica sentada, vendo a vida passar, esperando alguém que se sente ao eu lado para sempre.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Do contentamento ao descontente

Tem horas que dá aquela saudade do passado. De ser adolescente, de brigar com os pais, de tentar ser rebelde, de ter amigos divertidos e descolados. De ter horário pra chegar em casa. Essas coisas, que quando se tem não são bacanas, não são bem vistas por nós.
Tem horas que dá uma angústia, caminhar pela casa e não ser mais aquela em que eu cresci, correndo no quintal, sujando a garagem com a bola. Do cheirinho de comida no final da tarde. De identificar o barulho do carro do meu pai descendo a rua, e disputar com meu irmão quem iria abrir o portão.
Tem horas que dá arrependimento e uma sensação de estar fazendo tudo errado, querendo ser independente. Quis considerar até a hipótese de chamar novas pessoas de família. Que tolice a minha. Quem oferece um ombro e por trás faz-me mal, não merece nem ao menos ser chamado de colega.
Fica um aperto no peito e a lembrança de ouvir meus pais dizendo, mesmo que descontextualizado, que pessoas traiçoeiras estão por todos os cantos. Que deve-se desconfiar principalmente daqueles que querem mostrar,demais, boas intensões.
Aprendi que dói sentir raiva, dói mais ainda sentir ódio. Eu podia estar protegida, mas me lancei na vida e tem coisas que não tem como evitar. De amor a repúdio, pessoas caminham em meus dias, sem punição ou com carma tardio que insiste em demorar.
Pra ser amigo, requer tempo, ou o mínimo de semelhança. Pessoas não se moldam tanto, ainda mais depois de velhas. Crianças tem essa vantagem, nós adultos, não!
É em perceber sinais, ou vulgas intensões, que a proteção se dá. Pessoas que acham que podem mudar desde seu mais simples gostos musicais, até a sua forma de conversar, seja pra agradar ou mesmo pra parecer quem não é, não deveria inspirar confiança muito menos respeito.
Pessoas podem ser antipáticas, cheias de manias arrogantes, fúteis, vazias, mas o caráter ainda é a característica mais crucial para se definir um ser humano. Manter-se em dia com o íntimo caráter é dar a si a chance de poder olhar nos olhos do outro sem culpa.
Pessoas sem isso serão punidas. Hora ou outra. Pelo próprio destino. Ou por quem tiveram a audácia de trair. Pessoas assim sempre acham que passarão impunes, mas serão tomadas por muito sofrimento. Embora castigo nenhum seja suficiente àqueles fingem amizade e tentam tirar tudo do outro.

domingo, 8 de abril de 2012

fez-se esse nó


Eu tava lembrando, da gente deitado, sem mal se esbarrar, olhando pro teto. Como quem não quer nada, ficava sorrindo, carinho na testa... Que coisa estranha, dar beijo nos olhos. Coisas que a gente vivia, entendia. Ser nós mesmos. Eu só sentia firmeza nessa ideologia, quando era com você. Depois a gente se beijava, fazia uma piada, se apertava pra quase sufocar.
Eu tava lembrando do caminho longo que era até o portão, onde eu te levava, abraçada, já pensando em quando você iria voltar. 
Lembro da gente se olhando no espelho, com cara de quase fotografia. Era lindo, como tudo destonada, mas se combinava.
Há algum tempo, eu lembrava com mais detalhes, era como se eu enxergasse, como se fosse cena, que acabava em um soluço, quase doía. 
Hoje eu lembro com carinho. Das noites em claro. Problema nosso. Das brigas idiotas, das diárias apostas, dos jogos. Dos planos. E eu dizia tanto: -nada de planos. Mas não fazê-los não deixava de ser um. A gente tinha certeza que acabaria, mas insistia em pensar que éramos feitos um para o outro. Alma gêmea, só pode. Daquelas que de tão parecidas não mereciam ficar juntas. É bobagem eu fingir que esqueci, que passou. Aliás, até passou. Chego a achar bom que você esteja bem. Mas esquecer eu não vou, eu nem quero.
Eu tava te lembrando esses dias. Porque tem músicas que eu ouço, que parece me me envolvem em seu abraço. E que saudade, do sorriso, do abraço. Do laço. Do nó.
Eu não acredito em destino, eu não acredito em quase nada. Eu não acredito que volte. Nem que foi melhor ou pior. Eu só consigo ter a sensação de que eu deveria ter aprendido alguma coisa. Quando eu descobrir vou ser completa de novo.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Na boa

Tá certo, esse tal de Demóstenes, deve ser corrupto sim, deve fazer parte de mais uma grande falcatrua política em terras tupiniquins e tudo mais. Mas o que não entendo, do mesmo modo que não entendo a graça no vídeo “para nossa alegria”, é todo esse falso moralismo que surgiu com o assunto, pessoas “decepcionadas” ou “revoltadas” com a situação, cheias de imagens politizadas para se colocar no facebook, e de declarações acaloradas de quão decepcionadas estão com a situação. Todos sempre sedentos por mudanças urgentes e exigindo justiça.

Tanta atuação em troca de quê? Digo atuação, por que é isso que nossa mídia virtual se tornou, uma maioria esmagadora de pessoas sem um pingo de critério, que engole qualquer noticia que seja um “trend topic”, que seja um viral. Alguém decide que uma noticia é importante, ou que um vídeo é acima de média, e pronto, a merda foi jogada no ventilador. Surgem milhares de declarações ou piadas sobre o assunto, todos comentam, todos opinam, todos se interessam. Todos querem aparecer , se divulgar,sendo politizado ou engraçado, o importante é fazer sucesso!

Mas ai, na “semana seguinte”, alguém descobre um gato, que foi gravado fazendo alguma coisa incomum, ou vê graça em uma propagando que afirma que alguém está no Canadá, e se bobear resolve falar de algum novo recorde que o Messi tenha batido... Assim o ciclo se repete, milhões de pessoas dissecam o assunto, até que todos fiquem de saco cheio, até que um novo assunto surja...

E o Demóstenes? É esquecido, usa de imunidade parlamentar, some das paginas jornalísticas por alguns anos... e aparece em alguma eleição aleatória, ou cargo público que seja, no caso da eleição com grandes chances de vitória!

Mas a “nossa alegria”? Ah, ela ficará intacta, o “pão e circo” do povo está garantido. Os bolsas famílias estão ai para alimentar, e o famoso youtube( ou Iutubiu) entretém os entediados. E assim a vida segue, e o Brasil da impunidade não muda, junto com sua população seguidora de opiniões formadas.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Necessidade

Então eu decidi escrever...

Algo sucinto, empolgante, verdadeiro e que tocaria a alma de qualquer um que acabasse tendo a sorte de ler tal mirabolante conjunto de verbetes...

Mas logo perdi a vontade, e acabei fazendo você perder alguns segundos da sua vida...

segunda-feira, 5 de março de 2012

Saudade

É quase quente como fogo, parece que poderia derreter uma barra de gelo enorme... Ahhh, a paixão. Deixa aquele sorriso bobo no rosto, a playlist leve como um domingo de sol. Tira o cerébro do eixo do que é correto, faz esquecer os problemas, os conflitos da novela, as aulas com cálculos, as chaves do carro, o número da senha. Tem aquele velho clichê, das borboletas no estômago, mas é mais ou menos essa sensação que se tem quando a pessoa chega. Um friozinho gostoso percorre a espinha e é revertido em brilho nos olhos. Se tiver alguma coisa mais simples e ao mesmo tempo mais gostosa, do que se apaixonar, ainda vai aparecer, porque por enquanto...
Mas é aí que tá, chega uma hora que o coração fica vazio, sem nenhuma paixão. Geralmente depois de alguma decepção. Primeiro vem aquela falta... depois a vontade de nunca mais, nunca mais mesmo, querer se apaixonar. Prefere-se o 'ficar só'. Depois ficamos naquela "não vou me apaixonar... não vou mesmo" fugindo de todo e qualquer vestígio... 
Só que chega uma hora que dá saudade. Saudade de sentir aqueles 'sintomas'. Saudade de arrepiar com uma música, de assistir filme no domingo, de beijar nos olhos... 
A gente se sente vazio, querendo se apaixonar mesmo que não seja correspondido, querendo sentir a angústia da falta de alguém, a responsabilidade de fazê-la sorrir...
A paixão acalenta, seja qual for sua intensidade, alegra, acalma. 

Ahhhh que saudade de estar apaixonada !

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Hoje deu saudade

Olha, não me leve a mal, mas perdi a hora outra vez. Por que estou te contando isso?! Por que demorei a acordar por sua culpa, eu tava num sonho tão bom, em que você voltava, a gente esquecia essa besteira toda que aconteceu, se abraçava. Meio que se perdoando, meio que se culpando por ter perdido tanto tempo. Depois disso caminhava, sem falar quase nada, mas de mãos dadas, tem coisa mais bonita  do que mãos dadas?! Aí eu acordei. E acordei com uma sensação que era ruim, mas não me era estranha. Aquele vazio, aquela saudade. Aquela raiva. Raiva de mim, por ter te deixado escapar. Raiva de você por ter sido tão fugaz. Mas no fundo a culpa é minha, por ter fantasiado tanto, me iludido tanto. Feito uma criança boba. Você já não faz parte da minha vida, deve estar se perguntando por que estou te contando isso, não é mesmo?! Será que se perguntou, para o que eu estava atrasada?!
 -Eu estava atrasada pra viver!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

GenteChata.com

Você não precisa mostar ao mundo o tempo todo suas habilidades especiais, sua inteligência inconfundível e sua fé inabalável. Tem gente que simplesmente não está interessada. As pessoas quando se interessam por determinado assunto, vão atrás, procuram. Quando você tenta se mostar com informações a seu respeito isso se torna chato e massante.
Você não precisa se mostrar tão culto, ainda mais se for jovem. Como é chato alguém que te questiona o tempo todo por que você se diz desocupado e vive na internet.
As redes sociais trouxeram a tona, poetas fajutos e gente que fica esperando qualquer comentário pra poder se vangloriar de um pouco mais de conhecimento.
Sinceramente, ninguém vai mudar o mundo 'logado' no face, ou online no msn, logo estamos todos no mesmo barco.
Claro que as redes sociais tem a enorme vantagem da rápida disseminação de informação, o que é ótimo.
Procura-se cachorros, vende-se coisas, apresentam-se bandas, convida-se para evento, consientiza-se sobre a importancia de doação de sangue, mas nada muito além de pessoas sentadas, sem nada pra fazer.
Veja bem cara, antes de comentar em nas fotos da menina na balada, que ela deveria parar de gastar dinheiro com aquilo e doar a alguma instituição, levanta sua bunda da cadeira e vá fazer algum trabalho voluntário. Antes de falar mal do BBB, desligue seu pc e vá ler um livro de poesia. Sei lá, ninguém é obrigado a compartilhar da mesma opinião. Mas gente, correta demais, revolucionária demais, na verdade não passa de um covarde se escondendo atrás de um avatar.
Na boa, me poupem!

(Só pra constar eu não gosto de BBB, mas eu queria entrar na casa haha)




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Leia a ultima frase

Toda pessoa tenta se destacar na multidão, seja pela aparência, pela inteligência, pelo humor, por seus gostos ou por suas escolhas. Não importa quem, quando ou onde, pelo menos uma vez na vida todos tentam se sobressair em algum dos itens citados acima.

Tem aqueles que escrevem (eu), que gostam de desenhos mesmo estando com 20 anos (eu), que jogam vídeo game compulsivamente (eu), que colecionam livros (eu), que são viciados em séries (preciso falar).

Temos os aficionados em musicas (meu primo), em moda (minha namorada), em mentiras (meu amigo), em televisão (mãe), em cigarros (pai) e mais um monte de características diferenciais...


Mas eu quero te contar um segredo, apenas peço que não se ofenda. Assim como você gosta de suas especificidades temos um PLANETA repleto de pessoas, que gostam das mesmas coisas, que praticam os mesmos esportes, e até que usam as mesmas roupas, ou seria viajem demais pensar que na mesma hora que estou digitando esse texto nulo, outras tantas não podem estar fazendo algo, senão igual, muito semelhante.

Te garanto que neste exato momento existem milhares de pessoas pensando a mesma coisa que você, ou até falando as mesmas coisas (cada um em seu respectivo idioma, claro), e você está ai, se preocupando em se destacar no meio de 6 bilhões de pessoas. Pior ainda devo ser eu, me preocupando com o que você pensa, não é?

Mas para finalizar, quero simplificar todo esse texto em uma frase:

Você não é especial.