Viajava e olhava através do vidro. Era sua vida, um vagão de
trem, sempre sentada, vendo as coisas passarem.
Pessoas se sentavam ao seu lado, algumas por
muito tempo, algumas desciam na próxima estação.
Chuva, sol. Frio que
pedia uma malha. O calor que abençoava com o sol. Imagens, crianças, corriam na
grama, sorrisos brancos, largos. Choro, colo.
Cheiro, quanto perfume, jamais esqueceria.
Sabores peculiares,
alguns amargos.
As pessoas caminhavam
pelo corredor estreito, não queria se esbarrar, mas hora ou outra era
inevitável.
O ritmo acelerava quando a noite chegava. Dançava, exausta dormia, no
ponto, em qualquer lugar.
E quando o sol nascia, estava tão longe. Não deixava pistas, não
deixava rastros, deixava lembrança. Sentava de volta numa nova estação. Não pode
parar. Se apega, mas deixa. Não se arrepende, sai antes de precisar se
desculpar.
Não tem certeza de nada, mas pega o trem. A paisagem é tão mais bonita pra quem quer
admirar.
Perde, mas ganha tanto.
Tem saudade de casa, até volta, mas
visita.
Dos que passaram, por coincidência, alguns se encontram
novamente.
Fica sentada, vendo a vida passar, esperando
alguém que se sente ao eu lado para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário