Na minha infância tirei minhas próprias conclusões sobre muitos assuntos, conclusões as quais algumas ainda têm sua importância em minha vida, porém quando se tratava de relacionamentos, entre homem e mulher, meus ideais foram se apresentando muito deturpados em relação à realidade.No inicio, imaginava o beijo como símbolo máximo de uma união, como se fosse o auge daquela relação, mas não como ato, era simplesmente uma demonstração de afeto, algo que representava mais um sentimento de amor mútuo, que apenas simboliza o carinho e o desejo de viver ao lado de certa pessoa. Seguindo a ordem natural das coisas, após o beijo viria o casamento, lógico, onde se demonstraria para toda a sociedade o desejo do casal de permanecer unido por toda a vida, e nessa hora que minha teoria mais tinha falhas, os filhos. Se os beijos eram o ato máximo e simbólico do amor, como as crianças eram geradas? Como as mulheres ficavam grávidas? Simples, após se casarem era evidente que os noivos desejavam perpetuar a espécie humana, como mais uma prova do amor verdadeiro que ambos sentiam pelo outro, e esse desejo, quando real e sincero, era convertido em uma gravidez. Resumindo, essa era minha grande teoria sobre “de onde vêm os bebês”. O que explicava perfeitamente o fato de eu ter nascido primeiro que um primo meu, mesmo com meus pais tendo se casado depois de meus tios; eu era mais desejado e meus pais tinham um sentimento mais verdadeiro, sendo assim sou mais velho três anos que esse tal primo!
Com o tempo descobri a ferramenta necessária para demonstrar o desejo de se ter filhos, o sexo, ação que o casal só ousaria realizar quando tivesse certeza do grande amor e do desejo de se ter tal criança. Quando uni o sexo a minha teoria antiga cheguei à seguinte conclusão sobre minha idade avançada em relação ao meu primo, sim, eu soube também da noite de núpcias. Ele só demorou mais para nascer, eu fui mais rápido! E meus ideais se transformaram para: O beijo é o símbolo máximo do amor entre duas pessoas, e o sexo representa o desejo sincero de se ter um filho, fruto de tal amor.
Depois de alguns anos alguns fatos, e explicações foram modificando minhas idéias sobre “de onde vêm os bebês”, primeiro um tio, não o pai do meu primo mais novo, derrubou a teoria de minha velocidade e vontade de nascer, o que demonstrava que as pessoas faziam sexo mais de uma vez, fato este que esclarecia os irmãos. E daí para o sexo sem compromisso foi um pulo!
As vezes me pego lamentando, como hoje, essa banalização do amor na qual vivemos, é muita falsidade, muita aparência, sempre gostei de minha sinceridade e continuarei valorizando isso por muito tempo, mas temo declarar amor a uma pessoa e não poder confiar em sua resposta, espero não terminar essa vida sozinho, quero ter uma família e bem numerosa se meu dinheiro suportar. Mas tenho medo, muito, de que esse ideal seja simplesmente mais um de meus ingênuos e esquecidos, e que daqui a alguns anos eu olhe para trás e sinta saudades de agora, como agora sinto saudades da época em que tudo era simples, de quando um beijo mudaria o mundo.
Este não é um texto novo, mas já fazia algum tempo que estava com vontade de postá-lo..
Um abraço!
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