segunda-feira, 25 de abril de 2011

Eu sou. Sou tudo aquilo que voces dizem não ser. Faço aquilo que voces dizem não fazer. E sou todo esse clichê, de carne e osso. Sou tudo aquilo que eu sentir vontade. Tudo aquilo que a ocasião me pedir. Quando me entrego, não vou sem medo, mas vou. Não minto meus anceios, não escondo minhas dúvidas, não disfarço minhas imperfeições. Sou o escancarado, aberto, as vezes vulgar, as vezes exagerado. Mas sou o que quero. Humana, um turbilhão de sentimentos e de vazios. A discussão, a gafe, o sucinto, a contradição. Sou minha auto-afirmação. Sou carencia, sou abraço. Sou quem precisa das pessoas e quem se faz necessária. Sou ajuda ou não. Sou conveniência ou não. Sou piada e mau humor dissimulado. Sou arrependimento. Sou orgulho. Orgulho meu, orgulho próprio. Sou amor, sou raiva, grito e choro. Choro com soluço, com escândalo, com dor. Sou polêmica, sou anonimato. Sou drama, manha, enjoo. Sou amiga, irmã. Sou cretina, sou sincera. Sou meu eu em mim mesma. Eu sou o que sou, sou o que acham, sou o que falam, pois se falam...

sábado, 23 de abril de 2011

O que fazer quando se tem tudo o que sempre desejou?

E então chega-se um dia em que você decide fazer um balanço de sua vida, e percebe que tem tudo que desejou, felicidade, amor, responsabilidades e tantos outros detalhes que nem precisam ser citados. Eu sei que tudo é uma palavra muito forte, nós sabemos, mas da para entender o que eu quis dizer.

Mas e agora? O que fazer?

No meu caso, quero aproveitá-los ao máximo, sejam os “prazeres” de se cursar uma faculdade, e as liberdades que tal fato acarreta, liberdades e deveres, diga-se de passagem, ou até mesmo uma tarde ao lado de quem realmente importa para mim, sem grandes acontecimentos mesmo, só a presença já vale meu dia. Minha fase é a da contemplação, tenho apreciado cada momento com um carinho exagerado.

É claro que ainda tenho objetivos e sonhos, muitos deles até, como sempre foi, mas vou em direção a eles de uma maneira muito mais tranqüila, com muita paciência, e sem desespero em caso de um eventual revés. Calma! Não virei um bobo alegre, mas larguei minha intolerância ao tempo, pois enquanto espero que meus objetivos sejam alcançados, posso admirar a paisagem, e me deliciar com a presença daqueles que me fazem tão feliz, tão completo. E porque não, escrever algumas banalidades no meio do caminho?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mudança de hábito.


Sou uma criatura de hábitos, mas afinal, quem não é? Todos temos os nossos, desde a menininha que gosta de fingir que é feliz por fazer o que “quer”, até o experiente, dono de si, que garante: “Eu quero parar, mas não consigo!” (quando eu quero parar de fazer alguma coisa, eu simplesmente paro...)

Mas calma aí! O texto não era sobre hábitos? Por que falar de hipocrisia? Explico. O maior hábito, e o mais comum da humanidade, é aquele de mentir para todos, ao ponto de você mesmo começar a acreditar. Mas como não passa de uma mentira, você vai acabar ficando só com as palavras, até que em algum dia, por algum motivo qualquer, a tal da mentira se torne verdade, mas para que esperar por isso? Por ser um hábito.

O meu grande hábito? A minha grande mentira? É uma resposta: “Está bom, daqui a pouco faço isso”. Eu acho que é psicológico, não consigo fazer o que me mandam com prazer, e depois de dizer isso, e realmente acreditar que vou realizar a “tarefa”, acabo me entretendo com qualquer outra atividade e, consequentemente, me esquecendo daquela que me foi “sugerida”, o meu grande hábito é a má-vontade.

Ah, eu quero ser mais sincero, pelo menos internamente, dizer a verdade pode até parecer mais difícil na hora, mas facilita tudo no futuro. Então aqui vai a minha prova, as minhas verdades atuais:

-Preciso lavar meus tênis, mas não tenho ânimo para isso.

-Quero ver alguns amigos meus logo, quero conversar o máximo de futilidades com eles, eu preciso disso.

-Gostaria muito de criar coragem de discutir com alguém que amo muito, mas não quero correr o risco de brigar com ele, ou magoá-lo.

-Estou começando a aceitar meu curso, mas não é, nem de longe, o que eu quero para a minha vida, não me identifico com ele, ainda. E isso me deixa muito triste.

-Apesar de sempre sonhar com isso, jamais imaginei que amaria tanto alguém, quanto amo minha namorada, até hoje não acredito na sorte que tive de encontrá-la. E isso me deixa muito feliz!

-Seria bom se eu arrumasse meu quarto, de verdade, mas sei que não farei isso. Melhor nem falar da necessidade de estudos não é? Seria mais fácil arrumar o quarto.

-Eu tenho uma família fantástica, amigos fantásticos e a namorada mais incrível do mundo ao meu lado. Minha vida é boa, e eu só tenho a agradecer por todos aqueles que me suportam, e a tornam tão maravilhosa.

Pode parecer pouco, ou até bobo, mas foi difícil escrevê-las, cada uma delas tem um peso gigantesco na minha consciência cética e autocrítica. Tente você também, não precisa divulgá-las. Um pouco de verdade não faz mal a ninguém.

Meio Morello

Ah que falta me fez escrever aqui. E muita coisa aconteceu. Eu admito que a melhor forma de me expressar seja mesmo escrevendo. Eu estive fora um tempo, fora até mesmo de mim. E precisei desse tempo para aceitar certas coisas, para digerir, eu diria. As vezes queremos agir da melhor maneira, mas a emoção fala bem mais alto que a tal da razão. Razão essa sem graça. Eu aprendi que definitivamente não sei esconder o que sinto. Mesmo sendo cretina, as vezes deixo transparecer meus pre-conceitos. Tenho me surpreendido com pessoas, as vezes de uma maneira agradável mas as vezes ,infelizmente, não. A vantagem de estar um tempo fora é confirmar velhas convicções, reafirmar pessoas. Pra suprir o colo de mãe nessas ultimas semanas tensas, só alguns amigos mesmo... Amigos irmãos eu diria. Pessoas que se preocupam com você. Não pela obrigação de serem amigos, mas pelo simples fato gostarem de você e não seria exagero dizer talvez por amá-lo.
Eu diria que atitudes são divisores de águas, e podem mudar o que acontecerá dali pra frente. Que perder pessoas só dói quando elas farão falta. As vezes sentimentos podem se confundir num turbilhão de emoções. Amizades necessitam ou de tempo, ou de intensidade. Diferente de paixões. Talvez por isso amigos sejam mais importantes... Saiba lidar com isso de maneira coerente.
E a fim de esclarecer mais ainda, faço uso dos bons e velhos hermanos, sempre capazes de me desvendarem, até pra mim mesma, em suas letras:


'' [...] Ahh, tanto faz. Que o que não foi não é. Eu sei que ainda vou voltar... Mas eu, quem será? Deixo tudo assim, não me acanho em ver, vaidade em mim. Eu digo o que condiz. Eu gosto é do estrago. Sei do escândalo e eles têm razão,quando vêm dizer que eu não sei medir, nem tempo e nem medo. E se eu for o primeiro a prever e poder desistir, do que for dar errado? Ahhh. Ora, se não sou eu, quem mais vai decidir o que é bom pra mim? Dispenso a previsão!''
(O velho e o moço - Los Hermanos)


Ps: Agradecimento especial ao P.Rimoli, aos neguinhos da 9, e as companheiras da 7, tão capazes de me ouvir :D